O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concluiu, em 3 de abril de 2025, o julgamento que resultou na cassação dos mandatos de Alexandre França Siqueira, prefeito de Tucuruí, e de seu vice, Jairo Rejânio de Holanda Souza. A decisão foi motivada por acusações de compra de votos e abuso de poder econômico durante as eleições municipais de 2020.
As investigações apontaram que, em 12 de novembro de 2020, três dias antes do pleito, houve distribuição indiscriminada de combustível a eleitores em um posto de gasolina local, sob a justificativa de realização de uma carreata. Essa ação ocorreu em período proibido pelo Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA), que já havia restringido aglomerações devido à pandemia de covid-19. A ministra relatora, Isabel Gallotti, destacou que tal prática desrespeitou normas sanitárias e eleitorais, evidenciando o dolo na obtenção de votos.
O processo teve início no TRE-PA, que, em março de 2023, decidiu pela cassação dos mandatos por 4 votos a 3. A defesa de Siqueira e Holanda recorreu ao TSE, onde o julgamento enfrentou interrupções devido a pedidos de vista dos ministros Floriano de Azevedo Marques e Raul Araújo. Após a retomada, o ministro Nunes Marques também solicitou vista, adiando a decisão final.
Alexandre Siqueira é reconhecido por sua proximidade política com o governador do Pará, Helder Barbalho, e com a vice-governadora, Hana Ghassan, evidenciando sua influência no cenário político estadual.
Com a decisão do TSE, novas eleições serão convocadas para a prefeitura de Tucuruí, e Siqueira foi declarado inelegível por oito anos. Enquanto isso, o presidente da Câmara Municipal assumirá interinamente a administração do município até a realização do novo pleito.